American Pit Bull Terrier- Raça da Semana

07/08/2020

Leal, Enérgico e Encantador

O American Pit Bull Terrier ou somente “Pit Bull”, como é popularmente conhecido, é um cão atlético, determinado e leal.  Destrinchando seu nome temos um pouco da origem e história da raça. “American” remete a seu país de origem, Estados Unidos da América. O termo “Pit” é uma palavra em inglês, que significa fossa ou poço, locais onde estes cães eram colocados em brigas antigamente. Por fim, o “Bull Terrier” é uma homenagem a seus antepassados britânicos do tipo Bull e Terrier, que deram origem ao Pit Bull.

 

HISTÓRIA DA RAÇA

A história do American Pit Bull Terrier pode ser rastreada até o início dos anos 1800, no Reino Unido. Os Pit Bulls foram originalmente criados a partir dos antigos Bulldogues Ingleses (esses cães têm aparência semelhante ao Bulldogue Americano de hoje), que ganharam popularidade nas Ilhas Britânicas em um esporte cruel e sangrento conhecido como "bullbaiting”. Nesse esporte, um ou dois cães eram colocados para perseguir e ferir um touro ou urso, até que o animal desmaiasse de fadiga, ferimentos ou ambos. Essas partidas eram realizadas para entretenimento da classe operária britânica.

No entanto, em 1835, o Parlamento Britânico promulgou a Lei Contra Crueldade Animal, que proibia a prática de “bullbaiting”. Com esse esporte agora ilegal, o público voltou sua atenção para uma outra modalidade, o "ratting". Essa prática colocava cães contra um grande número de ratos, enquanto apostadores com um cronômetro verificavam o cão que matava mais ratos em um menor espaço de tempo. Para evitar que os roedores escapassem, esse esporte acontecia em um tipo de fosso, ou “pit” em inglês, por isso é usado esse termo no nome da raça. Por fim, tornou-se popular a briga de cães, que aconteciam nesses mesmos fossos e tinham mais facilidade de manter sigilo e praticar escondidos da lei. O “ratting” e a briga de cães, exigiram mais agilidade e velocidade por parte do cão, então os Bulldogues foram cruzados com Terriers, surgindo o antigo "Bull and Terrier", o principal antepassado do Pit Bull. Alguns estudiosos afirmam que o Bull and Terrier era na verdade o próprio Pit Bull que conhecemos hoje.

Apesar de sua ferocidade e determinação em batalhas, os criadores souberam trabalhar o temperamento desses cães, com algumas características que podemos observar até hoje. Através da criação e seleção, a inibição da mordida em relação aos seres humanos foi bastante incentivada. Os jogadores tinham que ter certeza de que poderiam entrar no fosso e lidar com seus cães, sem o perigo de serem mordidos. Se um cachorro mordia um humano, geralmente era abatido.

Pouco antes da Guerra Civil, imigrantes das Ilhas Britânicas vieram para os Estados Unidos, e trouxeram consigo os antepassados do Pit Bull. Foi durante esse período que a raça foi nomeada American Pit Bull Terrier. Embora esses cães tivessem sido criados especificamente para a luta, eles logo se tornaram um elemento muito maior e inestimável em um país em desenvolvimento. No início da América, esses cães assumiram um papel multifacetado. Eles eram responsáveis ​​por pastorear gado, pastorear ovelhas, proteger o gado e as famílias contra ladrões e animais selvagens, ajudando nas caçadas e como apanhadores de porcos. Seu comportamento leal e amoroso com os seres humanos, especialmente com crianças, garantiram um lugar de destaque não apenas como um cão de trabalho, mas como um companheiro.

Durante a primeira metade do século de ouro americano, os Pit Bulls continuaram sendo uma parte importante da cultura. Eles se afastaram da imagem de cães de briga e começaram a serem vistos como companheiros da classe trabalhadora. Durante a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, os Pit Bulls foram usados ​​como mascotes do país. Sua imagem de bravura e lealdade foi exibida em todos os anúncios durante a guerra. O mais notável dos primeiros cães de guerra foi o sargento Stubby. O sargento Stubby foi o cão de guerra mais condecorado da Primeira Guerra Mundial. Ele serviu 18 meses na linha de frente em 17 batalhas e 4 campanhas diferentes. O sargento Stubby é apenas um exemplo de muitos outros Pit Bulls que serviram seu país em tempos de guerra.

Além de suas contribuições em guerra, o Pit Bull se tornou uma paixão americana. Utilizado frequentemente para anúncios e produtos comerciais, em logotipos de empresas e em programas populares de televisão. O Pit Bull também era um favorito entre políticos, estudiosos e celebridades. Theodore Roosevelt, Thomas Edison, Mark Twain, Fred Astaire e Humphrey Bogart, só para citar alguns, todos tiveram pit bulls como companheiros.

Após a Segunda Guerra Mundial, a popularidade dos Pit Bulls era tão alta, que acabaram descendo do posto de extraordinários para “cães comuns”. A raça aos poucos foi perdendo a atenção do público. Certamente, os combates subterrâneos já começaram a ocorrer novamente nessa época, mas parecia que essa era uma porcentagem bastante pequena. A grande maioria dos American Pit Bull Terriers era usada para fins de pastoreio, caça, guarda e principalmente companhia.

O AMERICAN PIT BULL TERRIER PÓS DÉCADA DE 70

Em 1976, a Suprema Corte aprovou a Lei de Bem-Estar Animal. Esse ato inovador tornou as brigas de cães oficialmente ilegais em todos os estados norte-americanos. Infelizmente, por vezes quando um ato é criminalizado, acaba despertando a atenção de criminosos.

Quando as brigas de cães começaram a ressurgir na década de 1980, os defensores dos animais promoveram diversas campanhas enfatizando o quanto essa prática era cruel, bárbara e ilegal. O efeito colateral infeliz dessa campanha foi que muitas pessoas começaram a procurar Pit Bulls para fins ilícitos. Com a alta demanda por pit bulls, muitos começaram a reproduzir esses cães sem se preocupar com temperamento e sociabilização, tendo como objetivo apenas o lucro, resultando em cães com graves desvios comportamentais. Logo, os Pit Bulls foram associados à pobreza e a criminalidade.

Foi então que em 1987, uma reportagem de capa da Time Magazine, intitulada “The Pit Bull Friend and Killer” (Pit Bull Amigo e Assassino), desencadeou uma onda de mídias negativas sobre a raça em todo o mundo. Com toda essa publicidade pejorativa, o Pit Bull passou a ser temido pelas pessoas, gerando medo e até proibição de criação em alguns países. Esses cães vistos pelos criadores ilegais como itens descartáveis e agora vistos pelo público como perigosos, fizeram com que lotassem os abrigos caninos em um ritmo alarmante.

Nos Estados Unidos, quando um canil que criava Pit Bulls para combate era descoberto, os cães eram sacrificados. Foi então que nos anos 2000, grupos começaram a trabalhar esses cães resgatados, e viram que quando bem cuidados e trabalhados, poderiam ser reabilitados, tornando-se companheiros incríveis. O mundo começou a ver que esses cães não eram casos perdidos e sim vítimas, e o Pit Bull começou a ganhar simpatia novamente.

O AMERICAN PIT BULL TERRIER HOJE

Hoje, o Pit Bull continua recebendo cada vez mais atenção da mídia, devido em grande parte à entusiastas que advogam pela raça, educando e conscientizando a respeito das reais características desses cães. São cães amados no Brasil, participando de exposições, esportes caninos,  guarda de lares, terapia, etc.

O Pit Bull, depois de tanto sofrimento, finalmente esta conquistando o espaço que merece.

Saiba mais sobre o padrão da raça em: https://www.sobraci.com.br/racas/gp-03-caes-terrier/american-pit-bull-terrier



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